Iniciativa da CMF “Todas as Cores” reuniu mais de 30 nacionalidades num ambiente multicultural
No passado sábado, a Câmara Municipal do Funchal realizou o evento “Todas as Cores”, reunindo mais de uma centena de participantes de 30 nacionalidades diferentes, num ambiente multicultural de saúde e bem-estar, que envolveu várias iniciativas e espaços públicos da cidade. Desde os Jardins do Lido, aos do Almirante Reis, terminando na Barreirinha e incluindo actividades diversas, tais como o yoga, o crossfit, a caminhada e a dança.
A vereadora Ana Bracamonte, responsável pelo pelouro da Diáspora e Migrações, referiu que o evento se integrou na campanha “Humanidade é Diversidade” e encerrou a programação do mês de maio, dedicada à celebração da Diversidade Cultural no Município.
Relembrou ainda que, atualmente, o Funchal acolhe mais de 7 000 residentes estrangeiros, oriundos de 123 nacionalidades diferentes, e salientou que é a Câmara Municipal — a partir da criação do Pelouro da Diáspora e das Migrações, sob a sua tutela —tem vindo a dinamizar, pela primeira vez, uma série de eventos especialmente direcionados à integração dessas comunidades. “O objetivo é promover a interação entre locais e estrangeiros em diversos contextos — desportivo, cultural e ambiental — e criar laços que ultrapassem barreiras linguísticas ou culturais”, afirmou.
Destaca também que iniciativas como “Todas as Cores” assumem um papel estratégico na consolidação de uma política municipal de integração. «Num momento em que as cidades europeias enfrentam desafios crescentes de coesão social, o Funchal demonstra que a promoção de atividades conjuntas ao ar livre, em espaços públicos de referência, é um instrumento eficaz para combater preconceitos e facilitar a convivência. Estas ações refletem uma leitura moderna das dinâmicas migratórias: os imigrantes não são meramente “beneficiários” de políticas de acolhimento, mas agentes que acrescentam valor económico, cultural e social ao território. Ao proporcionar oportunidades de encontro informais — em que o desporto, a cultura e o lazer funcionam como pontes de entendimento ¬—, “incentivamos uma participação cidadã mais ativa e inclusiva».
Por outro lado, ao envolver entidades como o Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores, a Associação Madeira Friends e a OpenDance Madeira, o Município do Funchal aproveita o potencial do associativismo local para fortalecer redes de apoio mútuo. Esta transversalidade de objetivos — saúde, cultura, desporto e intervenção comunitária — reflete uma abordagem política sistémica, em que a integração de imigrantes se entrelaça com as políticas de juventude, ambiente e desporto.
É relevante sublinhar que o Funchal, enquanto capital regional, assume responsabilidades acrescidas: gerir fluxos migratórios em contextos insulares traz desafios específicos, tais como a limitação de recursos, a proximidade geográfica e a necessidade de preservar tradições locais. Assim, ao dinamizar eventos que realçam a pluralidade cultural, a edilidade reforça a mensagem de que a diversidade é um ativo estratégico para o desenvolvimento económico e social.
Trata-se de uma visão política que ultrapassa a retórica, ao aproveitar infraestruturas públicas como os Jardins do Lido, Jardim Almirante Reis e os complexos balneares da Frente mar Funchal, neste caso, a Barreirinha. Deste modo, o Município do Funchal demonstra que aposta na democratização do espaço urbano como palco de encontros interculturais, concluiu a vereadora.
Em suma, “Todas as Cores” comprovou que é possível promover a integração de forma saudável e criativa, potenciando os espaços públicos para unir pessoas de diferentes origens em torno